09 agosto 2024

REVISÃO - 2 ANO


1- (UESPI - PI) Leia atentamente os enunciados abaixo a respeito da produção literária brasileira considerada pré-modernista.

1) Trata-se de um período de transição, em que os escritores, apesar de ainda guardarem traços das estéticas realista, naturalista ou parnasiana, expressam um viés crítico que será explorado pelos modernistas.
2) O nacionalismo pré-modernista identificava-se com o da primeira geração romântica, em que autores como Gonçalves Dias e José de Alencar idealizavam as origens e a constituição do povo brasileiro.
3) Na poesia, Augusto dos Anjos foi uma das expressões mais relevantes, representando uma poética de caráter mais objetivo e concreto, como será, décadas após, a produção de João Cabral de Melo Neto.

Está (ão) correta(s):

a) 1 e 2 apenas          
b) 3 apenas          
c) 1 apenas         
d) 1, 2 e 3              
e) 2 e 3 apenas

2- (UFPE) Nas duas primeiras décadas do século XX, surgiu, no Brasil, o Pré-Modernismo. Sobre esse tema, analise as proposições abaixo em (V) ou (F):

(     ) Foi um movimento com ideário estético rígido, com linguagem altamente formal e cuja temática dominante era a defesa do regime republicano recém-instalado (1889).
(     ) Surgiu num período em que, em termos gerais, predominava a estética parnasiana na poesia, com sua valorização do mundo greco-latino e a concepção de literatura como elaboração formal.
(     ) Nesta época, início do século XX, foi contemporâneo de alguns simbolistas remanescentes, que sonhavam com sensações inefáveis, distantes da realidade.
(     ) Contrastando com os simbolistas e parnasianos, Euclides da Cunha escreveu Os Sertões, documento amargurado e realista, sobre a guerra de Canudos, da qual participou como enviado do jornal O Estado de São Paulo. Descreveu, numa mescla de romance e ensaio científico, uma epopeia às avessas, que foi publicada em 1902.
(     ) Lima Barreto, outro autor da época, tem como principal obra: O triste fim de Policarpo Quaresma. Em seu livro, abandonou o mundo helênico, perfeito e imaginário, descrevendo a tristeza dos subúrbios e revelando preocupação com fatos históricos e costumes socais. Seu estilo era semelhante ao de Machado de Assis, pelo refinamento linguístico, pela forma trabalhada, limpa e perfeita.

3- (UFRGS – RS 2000) Assinale com V (Verdadeiro) ou F (Falso) as afirmações abaixo sobre a obra "Os Sertões", de Euclides da Cunha.

( ) No texto de Euclides da Cunha, misturam-se o requinte da linguagem, a intenção científica e o propósito jornalístico.
( ) A obra euclideana insere-se numa tradição da literatura brasileira que tematiza o povoamento do sertão, iniciada ainda no Romantismo com Bernardo Guimarães.
( ) Euclides da Cunha escreveu "Os Sertões" com base nas reportagens que realizou como correspondente do jornal "O Estado de São Paulo".
( ) Antônio Conselheiro é uma personagem fictícia criada pelo imaginário do autor.
( ) O episódio de Canudos, retratado no texto de Euclides da Cunha, faz parte dos movimentos de protesto surgidos logo após a proclamação da Independência do Brasil. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

a) V- F- V- F- F
b) V- V- V- F- F
c) F- F- V- V- F
d) F- V- F- F- V
e) V- V- F- F- F

4- (ENEM 2010) Negrinha

Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados.
Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.
Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e  camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar),  ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em  suma – “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo. Ótima, a dona Inácia.
Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva. [...]
A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos – e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e zera ao regime novo – essa indecência de negro igual.

LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento).

A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa contradição infere-se, no contexto, pela

a) falta de aproximação entre a menina e a senhora, preocupada com as amigas.
b) receptividade da senhora para com os padres, mas deselegante para com as beatas.
c) ironia do padre a respeito da senhora, que era perversa com as crianças.
d) resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto.
e) rejeição aos criados por parte da senhora, que preferia tratá-los com castigos.

5- (UNEMAT – MT 2009) No romance Triste fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto torna caricatural o nacionalismo ingênuo e ufanista através do Major Policarpo Quaresma. Nesse sentido o autor realiza:

a) uma representação das conquistas utópicas do Major.
b) uma crítica bem-humorada dos acontecimentos históricos e políticos durante a fase de instalação da República.
c) o ridículo da reivindicação do Major de tornar oficial a língua portuguesa.
d) a presença de senso crítico do Major levando suas ideias à vitória.
e) uma versão brasileira do protagonista bem-sucedido.

6- (UEL) Assinale a alternativa incorreta sobre o Pré-Modernismo:

a) Não se caracterizou como uma escola literária com princípios estéticos bem delimitados, mas como um período de prefiguração das inovações temáticas e linguísticas do Modernismo.
b) Nos romances de Lima Barreto observa-se, além da crítica social, a crítica ao academicismo e à linguagem empolada e vazia dos parnasianos, traço que revela a postura moderna do escritor.
c) Tanto Lima Barreto quanto Monteiro Lobato são nomes significativos da literatura pré-modernista produzida nos primeiros anos do século XX, pois problematizam a realidade cultural e social do Brasil.
d) Euclides da Cunha, com a obra "Os Sertões", ultrapassa o relato meramente documental da batalha de Canudos para fixar-se em problemas humanos e revelar a face trágica da nação brasileira.
e) Algumas correntes de vanguarda do início do século XX, como o Futurismo e o Cubismo, exerceram grande influência sobre nossos escritores pré-modernistas, sobretudo na poesia.

7- (PUC-SP) "Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condenava? matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara.
Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois se fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas causas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas... Restava disto tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma! Nenhuma!"
(Lima Barreto)
As obras do autor desse trecho integram o período literário chamado Pré-Modernismo. Tal designação para este período se justifica, porque ele:

a) desenvolve temas do nacionalismo e se liga às vanguardas europeias.
b) engloba toda a produção literária que se fez antes do Modernismo.
c) antecipa temática e formalmente as manifestações modernistas.
d) se preocupa com o estudo das raças e das culturas formadoras do nordestino brasileiro.
e) prepara pela irreverência de sua linguagem as conquistas estilísticas do Modernismo.

8- (ENEM 2002) “Narizinho correu os olhos pela assistência. Não podia haver nada mais curioso. Besourinhos de fraque e flores na lapela conversavam com baratinhas de mantilha e miosótis nos cabelos.  Abelhas douradas, verdes e azuis, falavam mal das vespas de cintura fina - achando que era exagero usarem coletes tão apertados. Sardinhas aos centos criticavam os cuidados excessivos que as borboletas de toucados de gaze tinham com o pó das suas asas. Mamangavas de ferrıes amarrados para não morderem. E canários cantando, e beija-flores beijando flores, e camarões camaronando, e caranguejos caranguejando, tudo que é pequenino e não morde, pequeninando e não mordendo.
(LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. São Paulo: Brasiliense, 1947.).
No último período do trecho, há uma série de verbos no gerúndio que contribuem para caracterizar o ambiente fantástico descrito. Expressões como “camaronando”, “caranguejando” e “pequeninando e não mordendo” criam, principalmente, efeitos de
a) dinamicidade do cenário.
b) monotonia do ambiente.
c) estaticidade dos animais.
d) interrupção dos movimentos.
e) esvaziamento de sentido.

9- (ENEM 2014) Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme – este operário das ruínas –
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
(ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. )
A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada como pré-modernista. Com relação à poética e à abordagem temática presentes no soneto, identificam-se marcas dessa literatura de transição, como
a) a forma do soneto, os versos metrificados,a  presença de  rimas, o vocabulário requintado, além do ceticismo, que antecipam conceitos estéticos vigentes no Modernismo.
b) o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em metáforas como “Monstro de escuridão e rutilância” e “Influência má dos signos do zodíaco”.
c) a seleção lexical emprestada do cientificismo, como se lê em “carbono e amoníaco”, “epigênesis da infância”, “frialdade inorgânica”, que restitui a visão naturalista do homem.
d) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo e do Simbolismo, dimensionada pela inovação na expressividade poética e o desconcerto existencial.
e) a ênfase no processo de construção de uma poesia descritiva e ao mesmo  tempo filosófica, que incorpora  valores  morais e científicos mais tarde renovados pelos modernistas.

10- (UNB – adaptada)   
       
DECADÊNCIA

Iguais às linhas perpendiculares
Caíram, como cruéis e hórridas hastas,
Nas suas 33 vértebras gastas
Quase todas as pedras tumulares!

A frialdade dos círculos polares,
Em sucessivas atuações nefastas,
Penetrara-lhe os próprios neuroplastas,
Estragara-lhe os centros medulares!
Como quem quebra o objeto mais querido
E começa a apanhar piedosamente
Todas as microscópicas partículas,

Ele hoje vê que, após tudo perdido
Só lhe restam agora o último dente
E a armação funerária das clavículas!

ANJOS. Augusto dos. Eu e outras poesias. São Paulo: Martin Claret, 2002. P. 84.

A partir da leitura do soneto ―Decadência‖, de Augusto dos Anjos, assinale a alternativa correta:

a) Ressaltando o efeito sonoro e semântico, o poeta insere palavras do campo semântico da ciência em contexto poético. Há uma ampla liberdade formal no texto
b) Mais que a decadência física, o poeta alude ao medo da morte, que aterroriza a humanidade.
c) O desenvolvimento do tema do poema foi realizado em dois quartetos e dois tercetos, o que é característico do soneto. Esse desenvolvimento pode ser dividido em duas partes; nos dois quartetos, o poeta fala do passado e, nos dois tercetos, do presente.
d) Na última estrofe do poema, a contradição semântica entre os trechos ―após tudo perdido‖ e ―Só lhe restam agora‖ conduz ao entendimento de que o primeiro desses trechos constitui uma metáfora.
e) Um dos ícones da poesia modernista brasileira, Augusto dos Anjos integrou o movimento cultural que, a partir da Semana de Arte Moderna de 1923, desdenhou valores artísticos e literários do passado, como o barroco do século XVIII, e assumiu posição política de apoio à República oligárquica.

11- (ENEM 2015)
TEXTO I
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Vencido palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.
CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.
TEXTO II
Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam quatro fanáticos sobreviventes do extermínio. Era um velho, coxo por ferimento e usando uniforme da Guarda Católica, um rapaz de 16 a 18 anos, um preto alto e magro, e um caboclo. Ao serem intimados para deporem as armas, investiram com enorme fúria. Assim estava terminada e de maneira tão trágica a sanguinosa guerra, que o banditismo e o fanatismo traziam acesa por longos meses, naquele recanto do território nacional.
SOARES, H. M. A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro: Altina, 1902.

Os relatos do último ato da Guerra de Canudos fazem uso de representações que se perpetuariam na memória construída sobre o conflito. Nesse sentido, cada autor caracterizou a atitude dos sertanejos, respectivamente, como fruto da

a) manipulação e incompetência.
b) ignorância e solidariedade.
c) hesitação e obstinação.
d) esperança e valentia.
e) bravura e loucura.

12- (ENEM 2013)
Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas. Ao passo que a outra o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças, e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado; árvore sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos palo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante…
Cunha. E. Os sertões.
Disponível em: http://pt. scribd.com. Acesso em 2 jun. 2012.
Os elementos da paisagem descritos no texto correspondem a aspectos biogeográficos presentes na

a) composição de vegetação xerófila.
b) formação de florestas latifoliadas.
c)  transição para mata de grande porte.
d) adaptação à elevada salinidade.
e) homogeneização da cobertura perenifólia.

13- (PUC-RS) A obra pré-modernista de Euclides da Cunha situa-se entre a ________ e a _________.

a) História - Psicologia
b) Literatura - Sociologia
c) Geografia - Economia
d) Arte - Filosofia
e) teologia – Geologia

14- (FUVEST) Não é por acaso que as autoridades brasileiras recebem os aplausos unânimes das autoridades internacionais das grandes potências, pela energia implacável e eficaz de sua política saneadora [...]. O mesmo se dá com a repressão dos movimentos populares de Canudos e do Contestado, que, no contexto rural, [...] significam praticamente o mesmo que a Revolta da Vacina no contexto urbano.
(Nicolau Sevcenko. A Revolta da Vacina.)

De acordo com o texto, a Revolta da Vacina, o movimento de Canudos e o do Contestado foram vistos internacionalmente como:

a) provocados pelo êxodo maciço de populações saídas do campo rumo às cidades logo após a abolição.
b) retrógados, pois dificultavam a modernização do país.
c) decorrentes da política sanitarista de Oswaldo Cruz.
d) indícios de que a escravidão e o Império chegavam ao fim para dar lugar ao trabalho livre e à República.
e) conservadores, porque ameaçavam o capital norte-americano no Brasil.

 15 . De onde origina a palavra Parnasianismo?

16. Quem foi Olavo Bilac?

17. Quando iniciou o parnasianismo no Brasil?

18. Quais são as características gerais do Parnasianismo?

19. Que características apresenta linguagem parnasiana?

19. Quem são os nossos principais parnasianos?

20. Qual é o tipo de composição poética mais comum no Parnasianismo?

21-Classifique os verbos em negrito quanto à transitividade.

a) Eu comprei um carro.
b) Gustavo trabalha muito.
c) Ela quis agradar a mim.
d) Ela gosta de carros luxuosos.
e) Ele viajou ontem.

22- Relacione as colunas de acordo com a transitividade dos verbos destacados.

I.Verbo transitivo direto.
II. Verbo transitivo indireto.
III. Verbo transtivo direto e indireto.
IV. Verbo intransitivo.

a) ( ) Gosto de pessoas que são otimistas.
b) ( ) Deram-me uma notícia muito triste.
c) ( ) Meu amigo morreu ontem.
d) ( ) Cecília ganhou o prêmio.
e) ( ) Os viajantes chegaram de manhã.

23- (PUC-SP) No trecho: “Se eu convencesse Madalena de que ela não tem razão… Se lhe explicasse que é necessário vivermos em paz…”, os verbos destacados são, respectivamente:

a) transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto, transitivo indireto.
b) transitivo direto e indireto, transitivo direto, transitivo direto e indireto, intransitivo.
c) transitivo indireto, transitivo direto, transitivo direto, intransitivo.
d) transitivo direto e indireto, transitivo direto, intransitivo, transitivo indireto.
e) transitivo direto, transitivo direto, intransitivo, intransitivo.

26 julho 2024

ATIVIDADE - PRÉ-MODERNISMO - 2 A

 

TEXTO 01

Versos íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável

Enterro de tua última quimera.

Somente a Ingratidão - esta pantera -

Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!

O Homem, que, nesta terra miserável,

Mora, entre feras, sente inevitável

Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!

O beijo, amigo, é a véspera do escarro,

A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,

Apedreja essa mão vil que te afaga,

Escarra nessa boca que te beija!

1. O soneto foi construído como se o eu poético fosse um falante se dirigindo a um interlocutor.

 a) Há uma única palavra que nos passa mínima informação sobre a identidade do interlocutor. Qual é essa palavra? Que função sintática desempenha no texto?

b) Como você caracteriza o falante em relação ao interlocutor? Justifique sua resposta apontando os elementos gramaticais de que se vale o falante nos enunciados.

 2. Qual a postura do eu poético em relação à vida/ Explique.

 

TEXTO 02

O morcego

Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.

Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:

Na bruta ardência orgânica da sede,

Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

"Vou mandar levantar outra parede ..."

— Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho

E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,

Circularmente sobre a minha rede!

Pego de um pau. Esforços faço. Chego

A tocá-lo. Minh'alma se concentra.

Que ventre produziu tão feio parto?!

A Consciência Humana é este morcego!

Por mais que a gente faça, à noite, ele entra

Imperceptivelmente em nosso quarto!

 

3. A que o morcego é comparado neste poema? Explique.

 4. Como no poema anterior, é possível afirmar que esse texto é dirigido a uma 2ª pessoa? Transcreva um verso que comprove sua resposta.

 5. O texto está todo centrado na utilização de uma figura de linguagem. Que figura é essa?

6. Para o poeta há alguma possibilidade de o homem fugir de sua própria consciência? Justifique com um trecho do poema.

 

TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA

Primeira Parte

 A Lição de Violão Como de hábito, Policarpo Quaresma, mais conhecido por Major Quaresma, bateu em casa às quatro e quinze da tarde. Havia mais de vinte anos que isso acontecia. Saindo do Arsenal de Guerra, onde era subsecretário, bongava pelas confeitarias algumas frutas, comprava um queijo, às vezes, e sempre o pão da padaria francesa. Não gastava nesses passos nem mesmo uma hora, de forma que, às três e quarenta, por aí assim, tomava o bonde, sem erro de um minuto, ia pisar a soleira da porta de sua casa, numa rua afastada de São Januário, bem exatamente às quatro e quinze, como se fosse a aparição de um astro, um eclipse, enfim um fenômeno matematicamente determinado, previsto e predito. A vizinhança já lhe conhecia os hábitos e tanto que, na casa do Capitão Cláudio, onde era costume jantar-se aí pelas quatro e meia, logo que o viam passar, a dona gritava à criada: “Alice, olha que são horas; o Major Quaresma já passou”. E era assim todos os dias, há quase trinta anos. Vivendo em casa própria e tendo outros rendimentos além do seu ordenado, o Major Quaresma podia levar um trem de vida superior aos seus recursos burocráticos, gozando, por parte da vizinhança, da consideração e respeito de homem abastado. Não recebia ninguém, vivia num isolamento monacal, embora fosse cortês com os vizinhos que o julgavam esquisito e misantropo. Se não tinha amigos na redondeza, não tinha inimigos, e a única desafeição que merecera fora a do Doutor Segadas, um clínico afamado no lugar, que não podia admitir que Quaresma tivesse livros: “Se não era formado, para quê? Pedantismo!” O subsecretário não mostrava os livros a ninguém, mas acontecia que, quando se abriam as janelas da sala de sua livraria, da rua poder-se-iam ver as estantes pejadas de cima a baixo. Eram esses os seus hábitos; ultimamente, porém, mudara um pouco; e isso provocava comentários no bairro. [...] Uma tarde de sol – sol de março, forte e implacável – aí pelas cercanias das quatro horas, as janelas de uma erma rua de São Januário povoaram-se rápida e repentinamente, de um e de outro lado. Até da casa do general vieram moças à janela! Que era? Um batalhão? Um incêndio? Nada disto: o Major Quaresma, de cabeça baixa, com pequenos passos de boi de carro, subia a rua, tendo debaixo do braço um violão impudico. É verdade que a guitarra vinha decentemente embrulhada em papel, mas o vestuário não lhe escondia inteiramente as formas. À vista de tão escandaloso fato, a consideração e o respeito que o Major Policarpo Quaresma merecia nos arredores de sua casa diminuíam um pouco. Estava perdido, maluco, diziam. Ele, porém, continuou serenamente nos seus estudos, mesmo porque não percebeu essa diminuição. Quaresma era um homem pequeno, magro, que usava pince-nez, olhava sempre baixo, mas, quando fixava alguém ou alguma cousa, os seus olhos tomavam, por detrás das lentes, um forte brilho de penetração, e era como se ele quisesse ir à alma da pessoa ou da cousa que fixava. Contudo, sempre os trazia baixos, como se se guiasse pela ponta do cavanhaque que lhe enfeitava o queixo. Vestia-se sempre de fraque, preto, azul, ou de cinza, de pano listrado, mas sempre de fraque, e era raro que não se cobrisse com uma cartola de abas curtas e muito alta, feita segundo um figurino antigo de que ele sabia com precisão a época. Quando entrou em casa, naquele dia, foi a irmã quem lhe abriu a porta, perguntando: – Janta já? – Ainda não. Espere um pouco o Ricardo que vem jantar hoje conosco. – Policarpo, você precisa tomar juízo. Um homem de idade, com posição, respeitável, como você é, andar metido com esse seresteiro, um quase capadócio – não é bonito! 8 O major descansou o chapéu-de-sol – um antigo chapéu-de-sol com a haste inteiramente de madeira, e um cabo de volta, incrustado de pequenos losangos de madrepérola – e respondeu: – Mas você está muito enganada, mana. É preconceito supor-se que todo o homem que toca violão é um desclassificado. A modinha é a mais genuína expressão da poesia nacional e o violão é o instrumento que ela pede. Nós é que temos abandonado o gênero, mas ele já esteve em honra, em Lisboa, no século passado, com o Padre Caldas que teve um auditório de fidalgas. Beckford, um inglês, muito o elogia. – Mas isso foi em outro tempo; agora... – Que tem isso, Adelaide? Convém que nós não deixemos morrer as nossas tradições, os usos genuinamente nacionais... [...] Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. Nada de ambições políticas ou administrativas; o que Quaresma pensou, ou melhor: o que o patriotismo o fez pensar foi num conhecimento inteiro do Brasil, levando-o a meditações sobre os seus recursos, para depois então apontar os remédios, as medidas progressivas, com pleno conhecimento de causa.

 (Fragmento) BARRETO, Lima. O triste fim de Policarpo Quaresma. 20ª edição. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996, p.11-13. 11.

7.Volte ao fragmento de “Triste fim de Policarpo Quaresma” e divida o texto em 4 partes, marcando seus limites a partir da seguinte sugestão:

 a. Parte 1: a descrição da rotina/hábitos do Major Quaresma (apresentação).

b. Parte 2: a mudança de hábito do Major Quaresma (“conflito” do fragmento – quebra da rotina).

 c. Parte 3: as características físicas do personagem Major Quaresma (perfil físico do personagem).

d. Parte 4: as características da personalidade do Major Quaresma (perfil psicológico do personagem).

8. Leia agora a letra do samba enredo do GRES Unidos da Tijuca, de 1982, quando a terceira escola de samba mais antiga do país, situada no morro do Borel, homenageou o escritor Lima Barreto

Lima Barreto - Mulato, Pobre, Mas Livre

Adriano

Vamos recordar Lima Barreto

Mulato pobre, jornalista e escritor

Figura destacada do romance social

Que hoje laureamos neste carnaval

O mestiço que nasceu nesta cidade

Traz tanta saudade em nossos corações

Seus pensamentos, seus livros

Suas ideias liberais

Impressionante brado de amor pelos humildes

Lutou contra a pobreza e a discriminação

Admirável criador, ô ô ô ô

De personagens imortais

Mesmo sendo excelente escritor

Inocente, Barreto não sabia

Que o talento banhado pela cor

Não pisava o chão da Academia

Vencido pela dor de uma tragédia

Que cobria de tristeza a sua vida

Entregou-se à bebida

Aumentando o seu sofrer

Sem amor, sem carinho

Esquecido morreu na solidão (bis)

Lima Barreto

Este seu povo quer falar só de você (bis)

A sua vida, sua obra é o nosso enredo

E agora canta em louvor e gratidão

a. Observe os seguintes versos: “Mesmo sendo excelente escritor / Inocente, Barreto não sabia? Que o talento banhado pela cor / Não pisava o chão da Academia”

b.A que Academia se refere o texto?

c.O que esses versos sugerem quanto à seleção dos escritores para a Academia?

 d. “Seus pensamentos, seus livros / Suas ideias liberais / Impressionante brado de amor pelos humildes”. O que esses versos revelam em relação à obra deste renomado escritor.

ATIVIDADE – LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS – 2 ANO

Trecho I

Os sertanejo é, antes de tudo, um forte. [...]

A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.

É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímo-do, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gingante e sinuoso, aparenta a translação de membros desarticulados. Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. [...]

Entretanto, toda esta aparência de cansaço ilude.

Nada é mais surpreendedor do que vê-la desaparecer de improviso. Naquela organização combalida operam-se, em segundos, transmutações completas. Basta o aparecimento de qualquer incidente exigindo-lhe o desencadear das energias adormidas. O homem transfigura-se. Empertiga-se, estadeando novos relevos, novas linhas na estatura e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta, sobre os ombros possantes, aclarada pelo olhar desassombrado e forte [...].

Euclides da Cunha. Os sertões: campanha de Canudos.

Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995, pp. 129-130.

Trecho II

Os sintomas do flagelo despontam, lhe [para o sertanejo], então, encadeados em série, sucedendo-se inflexíveis, como sinais comemorativos de uma moléstia cíclica, da sezão assombradora da Terra. Passam as "chuvas do caju" em outubro, rápidas, em chuvisqueiros prestes delidos nos ares ardentes, sem deixarem traços; e pintam as caatingas, aqui, ali, por toda a parte, moqueadas de tufos pardos de árvores marcescentes, cada vez mais numerosos e maiores, lembrando cinzeiros de uma combustão abafada, sem chamas; e greta-se o chão; e abaixa-se vagarosamente o nível das cacimbas... [...]

Por fim tudo se esgota e a situação não muda. Não há probabilidade sequer de chuvas. A casca dos marizeiros não transuda, prenunciando-as. O nordeste persiste intenso, rolante, pelas chapadas, zunindo em prolongações uivadas na galhada estrepitante das caatingas e o Sol alastra, reverberando no firmamento claro, os incêndios inextinguíveis da canícula. O sertanejo, assoberbado de reveses, dobra-se afinal. [...]

Insulado deste modo no país que o não conhece, em luta aberta com o meio, que lhe parece haver estampado na organização e no temperamento a sua rudeza extraordinária, nômade ou mal fixo à terra, o sertanejo não tem, por bem dizer, ainda capacidade orgânica para se afeiçoar à situação mais alta.[...]

Euclides da Cunha. Os sertões: campanha de Canudos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995. pp. 148. 153-154.

GLOSSÁRIO

Transuda: transpira

Sezão: febre cíclica

Delido: aniquilado, destruído

Moqueadas: queimadas, tostadas

Marcescentes: que murcham, secam

Greta-se: racha-se

Marizeiros: árvores nativas do Nordeste do Brasil, de ramos espinhosos

Reverberando: repercutindo

Canícula: calor muito forte

Assoberbado: dominado, humilhado

Reveses: Desgraças, infortúnios

Situação mais alta: situação mais favorável

1. Euclides da Cunha, no trecho I, caracteriza o sertanejo a partir de aspectos antagônicos, contraditórios. Identifique dois desses aspectos.

2. Releia o trecho II e indique as duas causas apontadas pelo autor que explicam por que o sertanejo não consegue alterar a sua sina de intensos sofrimentos.

3. Por que o autor considera que "o sertanejo é, antes de tudo, um forte" se, na verdade, ressalta nos textos a precariedade da vida dos habitantes do sertão?

4. De tom vibrante, eloquente, marcada pelo rigor formal, pelo vocabulário rico, sonoro, pelas figuras de linguagem e criação de muitas imagens, a linguagem de Euclides da Cunha é bastante original.

a) Que expressões do trecho II foram empregadas para nomear a seca?

b) Transcreva do primeiro parágrafo do trecho II a imagem que expressa metaforicamente os danos

c) Que recurso de linguagem imprime forte sonoridade ao trecho transcrito a seguir?

"Passam as 'chuvas do caju' em outubro, rápidas, em chuvisqueiros" prestes delidos nos ares ardentes, sem deixarem traços [...]."

5. Baseando-se no trecho II, pode-se afirmar que, em Os sertões, as características do sertanejo parecem ser determinadas pelo ambiente? Justifique sua resposta.

14 junho 2024

ATIVIDADE - 2 ANO

 

ATIVIDADE/EXERCÍCIO – SINTAXE VERBAL - 2 ANO

Assunto: transitividade verbal

1. Analise as questões a seguir e resolva-as:

I. O que é:
a)um verbo transitivo?

b) um verbo intransitivo?

II. Qual das orações abaixo apresenta verbo intransitivo:
(A) Os alunos compraram livros de aventura.
(B) A criança dorme bem.
(C) Contaram-me um fato engraçado.
(D) O escritor escreveu uma novela.

III. O que é um objeto indireto?

IV. Qual das orações abaixo apresenta objeto indireto:
(A) As crianças saborearam deliciosos sorvetes.
(B) O malabarista encantou o público.
(C) Eu comi pão com queijo.
(D) Escrevi uma linda carta.

2. Identifique a predicação dos verbos destacados nas frases, de acordo com a classificação:

a. Intransitivo 
b. Transitivo direto 
c. Transitivo indireto 
d. transitivo direto e indireto 
 e. ligação.

I. ( ) O animal obedece a seus instintos.
II. ( ) Os metais são úteis.
III. ( ) As crianças gritavam.
IV. ( ) Chamei um técnico.
V. ( ) Daremos o prêmio ao vencedor.
VI. ( ) Abri a caixa com cuidado.
VII. ( ) O egoísmo cerra o coração.
VIII. ( ) O paraquedas não abriu.
IX. ( ) O eco repercutiu ao longe.
X. ( ) Passavam mulheres e crianças em direção ao rio.
XI. ( ) Dentro das gaiolas, macaquinhos salientes provocavam risos.
XII. ( ) Poucos resistem à pressão da publicidade comercial.
XIII. ( ) As orquídeas gostam de ambientes úmidos e quentes.
XIV. ( ) Crianças morenas de olhos sonhadores brincavam na calçada.
XV. ( ) O desfile das escolas de samba foi um espetáculo deslumbrante.
XVI. ( ) A televisão deve às crianças programações mais ricas e educativas.
XVII. ( ) No centro da praça, um fabuloso baobá atraiu nossa atenção.

3. No período: “Ivone andava depressa, parecia preocupada e não respondia às minhas perguntas” os verbos em destaque são, pela ordem:

a. ( ) transitivo direto – de ligação – transitivo indireto
b. ( ) intransitivo – de ligação – transitivo indireto
c. ( ) de ligação – intransitivo – transitivo direto e indireto

4. Identifique a única alternativa cuja classificação da transitividade do verbo está incorreta:

a. ( ) Ela participou de uma série de festivais. ( transitivo indireto )
b. ( ) Neide apresentou-me a seus pais. ( transitivo direto e indireto)
c. ( ) A costureira pagou a conta? ( transitivo direto )
d. ( ) Pagou a conta à costureira? ( transitivo direto e indireto)
e. ( ) As feras rugiam em suas jaulas. ( transitivo indireto )
f. ( ) Estrondavam trovões a cada instante. ( intransitivo )
g. ( ) Meus prognósticos estariam certos? ( de ligação )

5. Localize os verbos e classifique-os segundo a indicação abaixo:
( 1) verbo intransitivo
(2) verbo transitivo indireto
(3) verbo transitivo direto
(4) verbo de ligação

a ( ) Os índios fabricavam enfeites e cestos.
b ( ) Esses homens precisam de máscaras.
c ( ) As margens do rio estavam sujas.
d ( ) Gostamos do professor de matemática
e ( ) A gurizada brincava de jogar bola.
f ( ) Acredito em sua palavra.
g ( ) O lixo sempre traz epidemias.
h ( ) Os índios cuidavam do seu rio.
i ( ) As árvores e as plantas cresceram.
j ( ) Os homens procuravam alimentos.

6. Assinale os termos destacados nas orações, usando OD (objeto direto) e OI (objeto indireto).
a) ( ) A canoa atravessou o rio.
b) ( ) O governo não cuida dos menores.
c) ( ) O menino maneja o videogame.
d) ( ) João ama Marina.
e) ( ) As crianças só pensam em televisão.
f) ( ) O time local venceu o campeonato.
g) ( ) Gosto de música popular.
h) ( ) O cliente pediu a conta.
i) ( ) Os jornais protestaram contra o governo.
j) ( ) A secretária transmitiu o meu recado.